Quando Júpiter se sentiu forte o bastante, procurou seu pai e o derrotou, tomando seu poder e expulsando-o do céu. E então, cheio de orgulho e autoridade, começou a reinar como soberano do mundo.
No início seu reinado não foi tranquilo, pois os titãs declararam guerra ao novo senhor do universo e resolveram atacar o céu, para derrotá-lo e arrebatar-lhe o trono.
Seres poderosos, com seus enormes e musculosos braços, carregaram e acumularam pedras em grande quantidade, até formar uma alta montanha; do alto dessa montanha a multidão de seres atirou-se ao tremendo assalto para tomar-lhe o poder.
Júpiter resolveu, então, chamar em seu auxílio os ciclopes, que tinham suas cavernas no centro da terra, onde trabalhavam na fusão de metais, sob as ordens e vigilância de três gigantes, cada um com cem braços e cinquenta cabeças. Quando Júpiter apareceu, os gigantes e ciclopes pararam seu trabalho para ouvi-lo. O silêncio que então se fez só era perturbado pelo poderoso movimento do imenso fole, que servia para soprar o fogo e mantê-lo aceso. No local havia enormes e crepitantes labaredas que estalavam como explosões de fogo.
Júpiter então lhes disse:
- Vim pedir vosso auxílio, pois os titãs querem assaltar o céu para destronar-me. Se me ajudarem contra eles, no fim da guerra eu os recompensarei libertando-os de vossa prisão subterrânea.
- Nós lhe ajudaremos - responderam em coro os ciclopes e gigantes, cujas palavras estrondaram como a força dos trovões. Em poucos minutos armaram-se de flechas, machados, martelos de ferro e pedras para lutar.
Júpiter, seguido daquela legião de poderosos aliados, saiu para a superfície da terra. Ressoou um clamoroso grito de guerra, que ecoou nas mais profundas cavernas e fez levantar os oceanos, cujas ondas subiam espumantes a enormes alturas.
Os dois exércitos inimigos chocaram-se tremendamente, misturaram-se, confundiram-se, lutando em meio a uma tempestade de flechas e pedras.
Durante longo tempo, a batalha manteve-se indecisa; mas, a certa altura da luta, apareceu Júpiter sobre um fulgurante carro de ouro e pedras preciosas, puxados por cavalos alados. Lançou-se contra os titãs, fazendo com que os fortes e ágeis cavalos levassem seu carro a grande velocidade.
Ouviu-se então uma forte descarga, a que se seguiu o estrondo de um trovão; o grande deus havia desferido o seu primeiro e fulminante raio. Seguiu-se outras e outras descargas, sempre fuzilando poderosos raios... A atmosfera escureceu-se, e era de momento a momento iluminada pelos raios, que mais pareciam poderosas setas de fogo. Caíam em sobre os monstros, incendiando-os e exterminando-os.
Os ciclopes, soltando horrendos brados de vitória, iam sepultando os titãs sob montões de pedras.
E assim terminou a guerra. E o mundo, livre dos monstros que o dominavam, sorriu feliz ante a imponente figura luminosa e a radiante fronte do vitorioso deus.
Nicéas Romeo Zanchett
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No próximo episódio, Júpiter reina poderoso no Monte Olimpo.
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