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terça-feira, 4 de junho de 2013

O NASCIMENTO DE MINERVA, FILHA DE JÚPITER

O NASCIMENTO DE MINERVA, FILHA DE JÚPITER
                  Apesar de ser um deus, Júpiter, às vezes, padecia de certas dores físicas, como qualquer mortal. Um dia acordou com fortes dores de cabeça e, como era muito impaciente, pensou: 
                  - Preciso acabar com essa dor; o melhor é abrir logo a minha cabeça para saber o que há lá dentro que me causa tanta dor. 
                  Imediatamente mandou chamar seu amigo Vulcano; era o deus mais feio do Olimpo; por ser ferreiro, estava sempre sujo de fumaça e carvão produzidos por sua forja, onde passava o dia inteiro a trabalhar. Todos os conheciam porque era o ferreiro do Olimpo. De suas prodigiosas mãos saiam os mais diversos objetos de metal e ferro, além de joias com cintilantes pedras preciosas incrustadas em ouro e prata. 

                  Ante o chamado imperioso de Júpiter, Vulcano, que além de feio era coxo e caminhava puxando de uma perna para o lado, foi logo atender o deus. Lá chegando disse ao soberano: 
                  - Pronto - estou aqui para atendê-lo. 
                  Então Júpiter explicou que estava sentindo uma terrível dor de cabeça, e ordenou que lhe abrisse o crânio para ver o que havia de errado ali. E disse-lhe:
                  - Não hesite! - abra logo meu crânio - já não estou mais suportando essa dor.
                  Perante esta estranha ordem, Vulcano ficou sem saber o que fazer, mas resolveu obedecer e, com uma machadada precisa, rachou o crânio do deus em duas partes.
                   Qual não foi seu espanto! ... Como um pintinho que sai do ovo, uma linda mulher saiu da cabeça do soberano; sua beleza era surpreendente. Sobre seus cabelos ruivos cintilava um belo capacete de ouro; seu peito era protegido por uma fulgente couraça de aço polido; em sua mão reluzia uma aguda lança. Surgiu desferindo um grito de júbilo. Todos os deuses correram para saudar e festejar a maravilhosa deusa Minerva, nascida da cabeça de Júpiter. 
                    Minerva é a deusa dos artesãos, mas tinha muitos outros atributos. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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No próximo episódio a deusa Minerva dá uma lição de humildade na artesã Aracne, que era muito orgulhosa.
Nicéas Romeo Zanchett

 

JÚPITER RECONQUISTA SUA AMADA JUNO


JÚPITER RECONQUISTA SUA AMADA JUNO
                  Júpiter já não aguentava mais a saudade de sua amada Juno. Pensando no melhor modo de resolver a situação, lembrou-se que na Beócia vivia o rei Cítero, famoso por sua astúcia. Imediatamente foi ter com ele e narrou-lhe o que tinha acontecido. Cítero, homem bastante habilidoso, mandou fazer uma belíssima boneca de madeira, do tamanho de uma mulher; mandou vesti-la ricamente e com toda a arte; colocou-a num carro puxado por majestosos touros brancos, de enormes chifres. Mesmo de perto, parecia uma mulher de verdade e, mais ainda, uma ninfa celestial. 
                   - Espere-me em meu palácio, disse a Júpiter, e deixe-me agir. 
                   Pôs o carro em marcha e começou a percorrer a terra, anunciando por toda a parte que sua companheira era a noiva de Júpiter. Seu objetivo, obviamente, era provocar ciúmes em Juno, o grande amor que Júpiter queria reconquistar. 
                   Certa manhã, a velha madrinha de Juno, Macri, soube do que iria acontecer, ou seja, um novo casamento de Júpiter. Imediatamente foi contar à sua afilhada. Juno, ao saber que seu amado já estava para se casar com outra, ficou muito despeitada e sofreu amargamente.
                  O plano de Cítero dera certo. A deusa Juno, não se conformou com aquela situação e, sem perder tempo, saiu à procura do carro; ao avistá-lo foi em sua perseguição. Quando o alcançou, morrendo de ciúmes, num arrebatamento de ira, atirou-se contra a boneca, rasgando-lhe as ricas vestes e arrancou o véu que lhe vedava o rosto... Qual não foi sua surpresa e desapontamento, quando viu que sua rival não passava de uma boneca de pau!
                  A princípio ficou muito zangada com Júpiter por tê-la feito de boba perante todos. Mas, logo a seguir, compreendeu que ele havia recorrido a esse estratagema porque a amava muito e ansiava pela reconciliação. Convencida, Juno se pôs a rir e ocupou, no carro, o lugar da suposta rival.
                     Cítero, então, levou-a de volta para os braços de Júpiter, que não se cabia de tanto contentamento. O ciúme e o medo de perder seu amor, fizeram-na compreender que foram feitos um para o outro.
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Nicéas Romeo Zanchett 
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No próximo episódio, você saberá como foi o nascimento MINERVA, filha de Júpiter e Juno.
Nicéas Romeo Zanchett  

O CASAMENTO DE JÚPITER

                                                     O CASAMENTO DE JÚPITER
             Tudo estava bem no palácio, mas Júpiter sentia a falta de uma companheira que lhe fose totalmente fiel; sabia que uma esposa viria alegrar sua vida; desceu à terra e encaminhou-se para a ilha de Eubéia, onde morava uma bela jovem chamada Juno; ela tinha grandes olhos azuis, cabeleira longa e braços branquinhos como a neve. Juno residia em companhia de de sua madrinha, a velha e amorosa Macri. 
               Era inverno e fazia muito frio, mas, mesmo assim a jovem Juno resolveu dar um passeio pelos campos. De repente, percebeu o rumor de asas, e um pássaro de penas escura pousou em seu ombro; era um pardal, que tremia de frio. Juno acariciou-o com doçura, acalentando-o com seu suave sopro morno para enxugá-lo da neve que caía.  Mas subitamente, o pardal voou e, em seu lugar, apareceu a majestosa figura de Júpiter.


                    - Oh, belíssima Juno! disse-lhe o deus. Desejo que seja minha esposa e que venha morar comigo no palácio do Monte Olimpo. Ela sentiu-se muito honrada e foi embora com o deus Júpiter, não sem antes avisar sua querida madrinha, que ficou muito feliz com a notícia.
                    O casamento foi celebrado com grandes festas e os deuses acolheram com júbilo a nova soberana.  A festa no palácio durou vários dias e noites.

                    Júpiter e Juno amavam-se muito, mas não se pode dizer que sempre viveram em harmonia.
                    Como se sabe, o rei dos deuses tinha um gênio muito difícil; era impetuoso e não aceitava ser contrariado. Uma de suas exigências, causada pelo seu ciúme, é que Juno nunca deveria sair do Olimpo. Ela nunca gostou disso e quando ele se ausentava  para realizar uma viagem à terra, em cumprimento de seus deveres de soberano divino, sempre o recebia no regresso com ásperas repreensões. O deus respondia com impaciência e isso provocava grandes discussões entre eles. Nessas ocasiões o céu escurecia e desencadeavam-se grandes tempestades de chuvas, com ventos, raios e trovões. 

Mas, no momento em que o casal se reconciliava aplacavam-se a fúria dos elementos do universo e tudo voltava à calmaria.
                       Geralmente esses aborrecimentos não duravam muito porque havia muito amor entre eles. Mas, um dia em que Júpiter se encontrava muito irritado, mais do que o de costume, Juno, exasperada, tomou uma decisão: 
                       - Vou abandonar o Olimpo; dessa forma não vou mais viver aqui.   E desapareceu num repente. 
                        Júpiter ficou muito triste com isso; queria sair à procura de sua amada Juno para trazê-la de volta ao palácio. Mas como era muito orgulhoso, não quiz dar o braço a torcer e ficou esperando que ela se arrependesse e voltasse espontaneamente. Como ela não voltava, ele teve de tomar uma decisão radical. 
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Nicéas Romeo Zanchett  
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No próximo episódio você saberá qual foi a estratégia que o deus Júpiter usou para trazer de volta sua amada Juno.
Nicéas Romeo Zanchett

segunda-feira, 3 de junho de 2013

JÚPITER NO MONTE OLIMPO




JÚPITER NO MONTE OLIMPO 
                     Depois de restabelecer a paz, Júpiter escolheu o Monte Olimpo para sua residência oficial.  Uma altíssima montanha da Grécia; era uma elevação inacessível, ornamentada de alvíssimas geleiras  e coroada de nuvens. Em suas encostas íngremes e escarpadas, cresciam gigantescas árvores de luxuriantes e sombrias copas, entre viçosas trepadeiras floridas, torrentes de águas límpidas e cascatas rumorosas. 
                     No alto do monte, edificou um esplêndido palácio com paredes de mármore polido e tetos de ouro deslumbrante, completamente rodeado  de um pórtico, aberto para um vasto jardim.
                        A primavera ali reinava perenemente; todos os dias, entre a relva, abriam-se maravilhosas flores com suas brilhantes coroas. O ar era sempre fresquinho e a luz do sol brilhava com toda a sua pureza e esplendor. 
                      Na mais ampla sala do palácio estava o trono , todo de marfim, com incrustações de ouro e pedras preciosas, sobre o qual se sentava Júpiter, envolto num manto de púrpura: largas madeixas de seus cabelos encaracolados caíam-lhe sobre os ombros e sob a ampla testa, cercada por uma coroa de louros, brilhavam seus olhos azuis.  A seus pés estava sempre a rainha das aves, uma águia, para ele sagrada, cujos olhos, não temiam fixar o sol.

                      Na magnífica residência, reinava a mais completa paz; às vezes, quando alguma coisa o contrariava, Júpiter era acometido por impulsos de ira. Nesses momentos, grossas nuvens escuras se acumulavam no céu e cobriam o alto do Monte Olimpo, lançando sobre a terra grandes tempestades, sempre acompanhadas de relâmpagos e trovões. 
                    Porem, pouco a pouco as iras do deus iam se acalmando. Os ventos abrandavam-se e encurvava-se no céu um belo arco-íris multicolorido. Era a ninfa Íris, mensageira divina, que estendia no céu aquela faixa de sete luminosas cores. Este era o modo de Júpiter manifestar aos homens o seu supremo poder; desde os reis até o mais humilde mortal, todos sabiam que deviam temer a cólera e os castigos do deus. 
                       No palácio viviam também outros deuses, cuja vida era plácida e tranquila. De manhã bem cedo, uma bela jovem chamada Aurora, com cabelos cor de rosa, abria as portas do palácio e uma suave luz difundia-se pela abóbada celeste. Os deuses levantavam-se de seus leitos de ouro e púrpura e iam reunir-se na sala do trono.  Lá encontravam  uma grande mesa farta, bem preparada e banqueteavam-se alegremente; comiam ambrosia e bebiam néctar, especialmente preparados para eles; enquanto isso as nove Musas e as três Graças, formosas donzelas, entoavam harmoniosos cânticos e bailavam, executando graciosas danças, ao compasso de músicas de suavidade incrível. 
                     Hebe, a deusa da juventude, em taças de ouro, oferecia licores aos deuses, e todos que as beijavam nunca mais envelheciam. 
                     Em outro palácio, um tanto afastado de de Júpiter, habitavam as Parcas, filhas das trevas, cujos nomes eram Cloto, Laquéis e Átropos. As paredes desse palácio era de bronze e nelas estavam gravados o destino dos homens e o caminho dos astros. 
                   As três deusas, cobertas de véus brancos, constelados de estrelas e com coroas de narcisos, ficavam assentadas em fulgurantes tronos, tendo nas mãos os fusos com que fiavam lã. Com os fios brancos mesclavam-se outros dourados e negros. Fiavam a vida dos homens da terra. Os fios de ouro indicavam dias de felicidade e os negros marcavam os dias de desgraça. Quando uma vida chegava ao fim, a meada rompia-se; então morria aquela pessoa. 
Nicéas Romeo Zanchett
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No próximo episódio, você saberá como foi o casamento de Júpiter.
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Nicéas Romeo zanchett
 






sábado, 1 de junho de 2013

JÚPITER TOMA O PODER DE SEU PAI

                                             JÚPITER TOMA O PODER DE SEU PAI
                    Quando Júpiter se sentiu forte o bastante, procurou seu pai e o derrotou, tomando seu poder e expulsando-o do céu. E então, cheio de orgulho e autoridade, começou a reinar como soberano do mundo.
                     No início seu reinado não foi tranquilo, pois os titãs declararam guerra ao novo senhor do universo e resolveram atacar o céu, para derrotá-lo e arrebatar-lhe o trono. 
                      Seres poderosos, com seus enormes e musculosos braços, carregaram e acumularam pedras em grande quantidade, até formar uma alta montanha; do alto dessa montanha a multidão de seres atirou-se ao tremendo assalto para tomar-lhe o poder. 
                      Júpiter resolveu, então, chamar em seu auxílio os ciclopes, que tinham suas cavernas no centro da terra, onde trabalhavam na fusão de metais, sob as ordens e vigilância de três gigantes, cada um com cem braços e cinquenta cabeças. Quando Júpiter apareceu, os gigantes e ciclopes pararam seu trabalho para ouvi-lo. O silêncio que então se fez só era perturbado pelo poderoso movimento do imenso fole, que servia para soprar o fogo e mantê-lo aceso. No local havia enormes e crepitantes labaredas que estalavam como explosões de fogo. 
                       Júpiter então lhes disse: 
                       - Vim pedir vosso auxílio, pois os titãs querem assaltar o céu para destronar-me. Se me ajudarem contra eles, no fim da guerra eu os recompensarei libertando-os de vossa prisão subterrânea.  

                       - Nós lhe ajudaremos - responderam em coro os ciclopes e gigantes, cujas palavras estrondaram como a força dos trovões. Em poucos minutos armaram-se de flechas, machados, martelos de ferro e pedras para lutar.
                       Júpiter, seguido daquela legião de poderosos aliados, saiu para a superfície  da terra. Ressoou um clamoroso grito de guerra, que ecoou nas mais profundas cavernas e fez levantar os oceanos, cujas   ondas subiam espumantes a enormes alturas.
                        Os dois exércitos inimigos chocaram-se tremendamente, misturaram-se, confundiram-se, lutando em meio a uma tempestade de flechas e pedras. 
                         Durante longo tempo, a batalha manteve-se indecisa; mas, a certa altura da luta, apareceu Júpiter sobre um fulgurante carro de ouro e pedras preciosas, puxados por cavalos alados. Lançou-se contra os titãs, fazendo com que os fortes e ágeis cavalos levassem seu carro a grande velocidade. 
 


Ouviu-se então uma forte descarga, a que se seguiu o estrondo de um trovão; o grande deus havia desferido o seu primeiro e fulminante raio. Seguiu-se outras e outras descargas, sempre fuzilando poderosos raios... A atmosfera escureceu-se, e era de momento a momento iluminada pelos raios, que mais pareciam poderosas setas de fogo. Caíam em sobre os monstros, incendiando-os e exterminando-os. 
                         Os ciclopes, soltando horrendos brados de vitória, iam sepultando os titãs sob montões de pedras.
                          E assim terminou a guerra. E o mundo, livre dos monstros que o dominavam, sorriu feliz ante a imponente figura luminosa e a radiante fronte do vitorioso deus. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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No próximo episódio, Júpiter reina poderoso no Monte Olimpo.

 
               
 

A INFÂNCIA DE JÚPITER

A INFÂNCIA DE JÚPITER 
                       Como já lhes contei, Rea, a mãe de Júpiter, para salvar seu filho o deixou com as ninfas do bosque e voltou para junto de Saturno -Cronos-, seu esposo. 
                        As ninfas, muito solicitas, prepararam para o infante uma bela cama de ouro e nela o deitaram carinhosamente. Depois fizeram vir uma cabrita, alva como a neve, chamada Amaltéia, para que o amamentasse. 

                        No aprazível bosque também havia milhares de abelhas, que fabricavam um precioso mel, de grande doçura e inebriante perfume. Puseram-se todas a trabalhar ativamente, com seus zumbidos frenéticos, para produzir imensas quantidades de nutritivo e saboroso alimento, exclusivamente para o sustento do divino recém nascido. 

                        Do outro lado do mar veio um bando de pombinhas brancas, trazendo para o infante, em seus rosados bicos, a inefável ambrosia, alimento destinado aos deuses, para lhes dar e conservar a imortalidade.  Mais tarde veio uma águia de grandes e robustas asas, portadora de generoso néctar, a bebida própria dos deuses. 
                         A ninfa Adrástia, por sua vez, fabricou para o menino um maravilhoso brinquedo: uma bola de ouro cinzelada -(esculpida cuidadosamente com cinzel). A formosa ninfa  jogava para o alto a bola, e Júpiter, ao vê-la brilhar, agitava as mãozinhas e ria.
                        Algumas vezes, no entanto, como acontece a todos os bebes, ainda que sejam divinos, Júpiter tinha lá seus caprichos, suas teimas, gritava e chorava. As ninfas chamavam em seu auxílio os sacerdotes, que começavam imediatamente a dançar em circulo, na frente da gruta, batendo nos escudos de bronze com as espadas. Com tal barulho ensurdecedor, era impossível ouvir o choro do bebe... Saturno, que estava desconfiado, dificilmente o acharia; só mesmo por casualidade. 
                         Júpiter ia crescendo forte, são e maravilhosamente belo. Brincava no bosque com os pequenos faunos e sátiros, animais silvestres, ágeis e divertidos, cujo corpo era de homem, mas possuíam patas de cabrito e dois pequenos chifres entre cabelos.
Sobre a relva constelada de flores davam saltos e cambalhotas, executando incríveis acrobacias. A própria cabra Amaltéia tomava parte nesses movimentados folguedos. 
                          E assim foi passando o tempo, até que um dia Júpiter, já crescido, homem feito, sentiu-se confiante nas próprias forças e capaz de enfrentar o desnaturado pai, que quisera devorá-lo.
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No próximo episódio você irá saber como Júpiter tomou o trono do pai e passou a governar em seu lugar.
Nicéas Romeo Zanchett 
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