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sexta-feira, 31 de maio de 2013

CRONOS DEVORAVA SEUS FILHOS

CRONOS DEVORAVA SEUS FILHOS
                   Saturno -Cronos ou Tempo, como o chamavam os gregos -  estava muito preocupado com a profecia de que seria destronado por um de seus filhos. Para evitar perder o trono, ele passou a devorar todos os filhos que nasciam. Logo após o nascimento de cada filho ele apoderava-se da criança e o devorava imediatamente, sem dó nem piedade. 
                   Imaginem o desespero da mãe Rea, sem saber o que fazer. 
                   Um belo dia nasceuo pequeno Júpiter ou Zeus. Tinha olhos luminosos, cor do céu, e longos cabelos dourados. Rea jamais havia  tido um filho tão bonito! Para salvá-lo, decidiu recorrer a uma estratégia: Apanhou uma pedra do tamanho de uma criança, envolveu-a cuidadosamente com panos e se apresentou ao esposo, acalentando-a nos braços, como se fosse uma criança. 
                    - Aqui tens outro filho. Se quer devorá-lo, já está preparado. 
                    Era justamente a hora da ceia e Saturno - Cronos - estava com muita fome. Na penumbra da noite, nada percebeu. Tomou o embrulho das mãos  de Rea e engoliu a pedra com panos, sem reparar nisso. 
                    Feito isso, rápida como uma seta, Rea correu para onde havia deixado o filho, carregou-o e fugiu, protegida pela escuridão da noite. Depois de muito caminhar, chegaram à formosa ilha de Creta, lá no mar mediterrâneo, onde havia pensado refugiar-se, porque seus habitantes sentiam por ela uma grande veneração.  Lá residiam os sacerdotes adepto do seu culto, anciões de longas barbas brancas, que celebravam as cerimônias de maneira muito curiosa: dançavam desordenadamente, fazendo um barulho infernal e desferindo golpes com suas curtas espadas contra grandes escudos de bronze.
                     No centro de um frondoso e espesso bosque da ilha, abria-se uma profunda gruta, que Rea julgou um seguro refúgio para o pequeno Júpiter, e nela penetrou. Uma deliciosa frescura reinava entre suas paredes recobertas de verdes musgos e vegetação florida. As heras, enraizadas nas rachaduras das pedras e nas frestas dos rochedos, revestiam o interior da gruta, em grande parte, de uma folhagem viçosa e linda. 
                     - Formosa e querida hera, símbolo da constância e da amizade, exclamou suplicante, estende teus ramos, bem unidos e entrelaçados à entrada desta gruta para fechá-la completamente.  Foi o que aconteceu no mesmo instante.   E asim, o pequeno Júpiter estava em lugar seguro. 
                     Sem perder um minuto, Rea chamou as ninfas do bosque e confiou-lhes seu filho. 
                     - Tenham com ele o maior cuidado, recomendou. E, assim dizendo, beijou os vastos e dourados cabelos da criança, que dormia, e retirou-se apressadamente. 
No próximo episódio, você saberá o que aconteceu com o pequeno Júpiter. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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