Os antigos gregos cultivavam a beleza nas artes e nas letras tanto como apreciavam a força física natural. Por isso concederam a Hércules as mais altas honras entre todos os seus heróis e tornaram-no como símbolo da força. A frase "os trabalhos de Hércules" chegou a ser conhecida e empregada em todo o mundo, e alguns destes trabalhos citam-se isolados, muito frequentemente. Por exemplo: "limpar as cavalariças de Augias" significa limpar alguma coisa quase impossível de ser limpa.
Hércules, na sua juventude, despertou a inveja de Euristeo, rei de Argolis, ao qual os deuses tinham conferido poder para realizar uma serie de serviços. Euristeo encarregou Hércules de realizar as doze difíceis tarefas que veremos a seguir.
A serpente de cem cabeças
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Hidra era uma serpente aquática de sete ou de nove cabeças que cresciam instantaneamente quando as cortavam. Semelhante monstro causou estragos na província de Argolis devorando homens e animais que atraia ao pântano onde se refugiava.
Hércules recebeu a ordem de matá-la e, ajudado pelo seu amigo Yolas, cortou a cabeça da fera e aplicou tochas acesas nas feridas; depois molhou as suas flechas no sangue venenoso, para que as suas feridas se tornassem incuráveis.
A morte do leão
Na província de Argolis havia um terrível leão que chegou a ser o terror dos habitantes. Sempre que sentia fome saia da floresta e passava a devorar as pessoas que encontrava pelo caminho. A fera era tão grande quanto temida e ninguém nunca teve coragem de enfrentá-la; não havia flechas ou outras armas que conseguissem trespassar a sua pele. Apesar de todo o perigo, Hércules apanhou o leão com os seus poderosos braços, obrigou-o a deitar-se no chão sobre as espáduas e cainho de joelhos sobre ele estrangulou-o com as mãos. Em seguida o herói tirou-lhe a pele e passou a usá-lo sobre seus ombros.
A prisão da corça sagrada.
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Nas montanhas Ceryneas vivia uma linda corsa que era consagrada a Diana, a deusa da caça. Tinha as hastes de ouro, e corria tão velozmente que ninguém conseguia apanhá-la. Hércules foi incumbido de capturá-la e levá-la viva à presença de Euristeo; e, depois de uma longa caçada, que durou mais de um ano, o nosso herói conseguiu apanhá-la numa caçada nas florestas do sul da Grécia.
Ao regressar vencedor, soube que Diana estava furiosa; mas a deusa ficou muito entusiasmada quando tomou conhecimento sobre a história do herói.
As cavalariças de Augias
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Um dos trabalhos de Hércules, que chegou a ser conhecido em todo o mundo, foi a limpeza das cavalariças (currais) de Augias; pois essa era a forma que se chamava qualquer tarefa impossível de ser realizada.
Augias era o rei de Elida e proprietário de cerca de três mil cabeças de gado. As cavalariças onde ficavam os animais nunca eram limpas e, dessa forma, chegaram a ficar tão sujas que sua limpeza parecia impossível.
Hércules incumbiu-se dessa grande tarefa. Para executá-la derrubou um muro de forma a desviar o curso de um rio fazendo-o passar pelas cavalariças (currais). Com inteligência e fazendo uso da água do rio ele conseguiu essa grande façanha.
O javali da Arcádia
No monte de Erymantho mora um enorme javali que chegou a destruir toda a vizinhança da cidade. Sai sempre em excursões matando pessoas e animais que encontrava em seu caminho.
Hércules foi encarregado de capturá-lo. A fera já tinha resistido a todos os ataques astuciosos dos pastores e caçadores de Arcádia e sempre continuava suas destruições. Ao ver Hércules, a fera que já conhecia sua história, deu meia volta e fugiu rapidamente para as montanhas onde seu perseguidor consegui apanhá-la e finalmente levá-la à corte do rei Euristeo: Mas o soberano tinha tanto medo daquela fera que foi esconder-se dentro de um barril para não vê-la.
Os pássaros com azas e metal
O lago de Stymphale, na Arcádia, era cercado por florestas pantanosas que estavam minadas por aves de rapina cujas azas, garras e cabeças eram de metal; e só se alimentavam com carne humana e de animais domésticos.
Ninguém mais estava seguro e por isso Hércules foi chamado pelo rei para destruí-las; mesmo o herói encontrou grandes dificuldades para tal tarefa pois seus ninhos era inacessíveis; lembrou-se então de Minerva, deusa dos heróis, e esta deu-lhe uma espécie de corneta de metal que fazia muito barulho e com som muito agudo. Hércules posicionou-se ao lado do lago e começou a tocá-la com toda sua força; imediatamente os pássaros assustados com aquele enorme barulho, fugiram abandonando seus ninhos. Hércules, com suas flechas envenenadas, matava-as no momento em que atravessavam pela sua frente.
O terrível touro de Creta.
Minos, rei de Creta, ilha situada ao sul da Grécia. prometeu a Netuno, deus dos mares, sacrificar-lhe um touro; em vista do tamanho e beleza do animal, Minos achou que era preferível ficar com ele. Mas, em pouco tempo, o furioso animal começou a destruir as searas da ilha. Hércules foi chamado à presença do rei e incumbido de caçá-lo vivo.
Aconteceu, porém, que Euristeo deixou-o em liberdade. O touro, atravessou o istmo -(estreita faixa de terra)-de Corinto e foi devastar o vale de Marathon em Ática.
Os cavalos que comiam homens
Diomedes, rei da Trácia, foi tão cruel que chegou a adquirir o hábito de jogar todos os forasteiros que chegavam à sua corte para seus animais devorá-los.
Hércules, em companhia de alguns corajosos amigos, foi até Trácia e juntos atacaram o poderoso tirano e em seguida jogaram-no para seus próprios cavalos devorá-lo. Em seguida Hércules afugentou os animais fazendo-os atravessar o mar e levando-os a Micenas, onde os obrigou a refugiarem-se nas montanhas que ali foram despedaçados por outras feras.
O cinturão da rainha das amazonas.
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O nono trabalho de Hércules obrigou-o a fazer uma longa viagem. Fora enviado à procura do cinturão de Hypólita, rainha das belicosas amazonas que viviam em Scythia, país que depois passou a ser a Rússia.
Uns dizem que, depois de ferozes combates, conseguiu matá-la e outros afirmam que apenas a fez prisioneira, obrigando-a a casar-se com o seu amigo Tereno; o importante é que conseguiu o objetivo desejado e levou seu famoso cinturão a Euristeo.
O combate com os gigantes.
Longe da Grécia, no oceano denominado Oriental, havia uma ilha de gades.Uns viajantes vindos de lá deram a notícia da existência d'um gigante chamado Geryon, que possuía um belo rebanho e um cão para vigiar. Este cão tinha duas cabeças.
Hércules foi mandado para apoderar-se do rebanho. Muitos poetas gregos escreveram sobre este assunto, destacando entre os feitos mais heroicos, aquele em que, extenuado, Hércules quis matar, com as duas flechas o deus sol, o qual admirado de tal audácia, deu-lhe uma grande jarra de ouro na qual ele foi, por mar, à ilhota, atravessando o estreito de Gibraltar.
Conseguiu matar o cão das duas cabeças e os guardas, mas no momento em que se dispunha a retirar-se, com o rebanho, apareceu Geryon, que o agarrou com força.
Depois dessa terrível luta o gigante ficou vencido, mas, mesmo assim, Hércules não conseguiu realizar seu intento pois apareceu outro gigante que cuspia fogo e roubou-lhe várias cabeças de gado, forçando-os a andar para traz, de marcha ré, de forma que suas pegadas não fosse vistas e escondeu-as num subterrâneo. Mas, apesar de tudo, tal precaução não surtiu efeito e Hércules ouviu-lhes os passos e pode finalmente recuperar os animais e matar Caco.
As maçãs de ouro
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Num lindo país do Oeste da África viviam uma ninfas chamadas as Hespérides, cuja missão era vigiar a fruta que a mãe terra tinha oferecido à deusa Juno como prenda de casamento.
Um dragão que nunca dormia guardava os pomares onde se produziam as maçãs de ouro e o caminho que para ali conduzia era cheio de enormes dificuldades.
Depois de muito caminhar e enfrentar cruéis luta com gigantes, todas com bom resultado, Hércules conseguiu apanhar Nereo, um dos deuses do mar, o qual se transformou de mil maneiras quando tentava livrar-se dos braços que o retinham; mas vendo a inutilidade dos seus esforços, recuperou a sua forma natural e enviou Hércules para buscar Atlas que o ajudou a procurar a fruta tão desejada com a condição de que este devia sustentar o peso do mundo enquanto ele estivesse ausente.
O roubo de Cerbero
À entrada de Hades, moradia dos mortos, estava de guarda um cão de três cabeças chamado Cerbero, e a sua missão era impedir a entada e vivos ou a saída dos mortos.
Plutão, o rei sombrio do país dos mortos, concedeu a Hércules o favor de levar o cão para a plena luz do dia com a condição de que não fizesse uso das suas armas. Hércules conseguiu o seu intento devido à sua força corporal e chegou a devolver o cão ao seu dono sem lhe ter causado nenhum mal.
Já livre dos seus trabalhos, Hércules foi viajar pelo mundo, levando a cabo milhares de façanhas heroicas e nobres.
NOTA FINAL
Nestas histórias de Hércules devemos ver a representação poética da humanidade, o símbolo dos homens generosos que combatem os males que afligem nosso planeta Terra.
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Nicéas Romeo Zanchett